William Casanova coordenador de esportes do Mogi das Cruzes Esporte Clube

William Casanova coordenador de esportes do Mogi das Cruzes Esporte Clube

São 12 anos ligados a um dos principais times de futebol de Mogi das Cruzes, que hoje se tornou uma extensão de sua familia

Nosso bate papo da semana foi com William Casanova, Coordenador de Esportes do Mogi Esporte Clube. Aos 44 anos, este mogiano tem um relacionamento muito perto do futsal na cidade pois quando jogava passou pelos times da extinta Liga de Futsal, Embrac, Eletem e Bagaço da Vila.

Quando você passou a se dedicar ao Mogi Esporte Clube? 
Meu contato com o Mogi começou quando meu filho Renato tinha 9 anos e recebeu o convite para jogar, desde então estive ajudando nos bastidores. Depois que o Ex Presidente João Bosco assumiu a presidência me convidou para integrar a diretoria. Hoje são 12 anos ao lado do time como coordenador de esportes. Quem fundou o clube foram o Alemão, Humberto Alves, que hoje é treinador do sub 14 e o Acrísio Oliveira que está a frente do sub 17, criaram em 1997 o time chamando de Managa e em 2000 mudaram para Mogi Esporte Clube. 

Alguns atletas que hoje são profissionais passaram nas categorias de base pelo Mogi. 
Alguns atletas que passaram pelo Mogi se tornaram profissionais, o Cacau que está na Alemanha, Bruno Casarine, Maikon Leite e o Vitor que está no Japão. Nosso maior problema por participar de um campeonato de ponta são os times de camisa como o Corinthians, Palmeiras, Portuguesa, que assediam nossos garotos que se destacam com várias promessas e eles acabam saindo de nosso time e depois acabam retornando por motivos de que promessas evasivas não se concretizam. São garotos de 8 a 17 anos que criam uma expectativa muito grande com as propostas e depois acabam voltando um pouco decepcionados. Por exemplo em 2014 o Corinthians levou 6 atletas nosso do sub 15 e que depois de um tempo acabam não tendo oportunidade de jogar e pedem para voltar ao Mogi. Mesmo  Mogi das Cruzes sendo próximo à capital a rotina de se deslocar até os treinos acaba sendo muito desgastante e a maioria não aguenta.

Como é participar da elite do futsal de São Paulo nas categorias de base? 
O Mogi Esporte Clube foi criado para ser um time de ponta em Mogi, começamos na Série Prata e estamos à 19 anos na Série Ouro. A diferença das duas séries acaba sendo o nível das equipes pois participam os times de ponta do estado de São Paulo. Os ginásios e estruturas são bem diferentes. O novo presidente da Federação, eleito recentemente, está fazendo um enorme trabalho para melhorar o futsal pois é uma pessoa que gosta do esporte e a mudança da fórmula acabou com os privilégios das equipes grandes, no campeonato deste ano os grupos foram por sorteio, sem cabeças de chave. Também foi proibida a permissão de bares com bebidas alcoolicas nos ginásios. 

Tem planos de voltar a trabalhar com futebol de campo?
 Pretendemos reativar o futebol de campo, mas não agora, temos muita dificuldade em encontrar pessoas que consigam nos ajudar neste sentido. Em 2012 o Claudio Parente assumiu esta função, nos filiamos à Liga Municipal onde fomos campeões com as categorias sub 14, sub 16 e sub 18. Depois que o Claudio adoeceu resolvemos parar com este departamento mas é um dos sonhos do novo presidente, o André, reativar, mas hoje não temos a estrutura e recursos para fazer isto. 

Qual sua expectativa na participação do Mogi nos campeonatos de futsal da federação neste ano? 
2013 e 2014 foram anos difíceis, um ano perdemos praticamente um time inteiro semanas antes de começar o campeonato, mas o importante em primeiro é nosso trabalho social. Hoje temos por volta de 150 atletas em 8 categorias onde 90% são da cidade e alguns que vem do Itaim, Salesópolis, Biritiba Mirim e Suzano. A diferença maior destes jogos contra times de camisa ocorre nas categorias menores, no sub 16 e sub 17 os jogos costumam ser mais equilibrados. Hoje os times possuem estrutura semelhante, as mesmas dificuldades e conseguiremos participar com tranquilidade. 

Qual o nível de importância do Mogi em sua vida? 
Hoje o Mogi é uma das coisas mais importantes da minha vida, ele envolve toda minha família, tenho um filho que está no elenco profissional do União e toda família respira e vive o Mogi, nele fiz muitos amigos. Sofremos juntos e ficamos felizes juntos, vemos os garotos crescendo e se desenvolvendo, não me vejo longe do Mogi de forma alguma. 

O Mogi está com uma nova diretoria, qual sua expectativa? 
É importante mudar, agora o André assumiu a presidência do Mogi, ele é jovem e tem várias novas idéias. Ele gosta muito do Mogi e acompanha nosso dia a dia ajudando a algum tempo, veio ajudar o Alan no treinamento de goleiros e nos surpreendeu de forma positiva. Ficou muito feliz e surpreso com nosso convite. O Bosco permaneceu por 8 anos como presidente do clube. 

Nestes anos quais foram os momentos mais importantes? 
Os momentos impares são as recuperações de atletas, o direcionamento correto para a vida deles. Como o Mogi é um trabalho social é muito gratificante ver jovens que passaram conosco hoje serem engenheiros, dentistas e alguns se tornaram jogadores profissionais. O momento mais marcante foi um garoto que veio jogar conosco com 9 anos e percebemos que ele era muito solitário, temos um tratamento de igualdade com todos dentro do time, minha esposa, Lucimara Casanova, faz este trabalho de conversar e ouvi-los. Tempos depois ele nos enviou uma carta contando que tinha encontrado pessoas que deram oportunidade e incentivo, com o tempo ele acabou conquistando seu espaço, virou titular e foi transferido para o Corinthians. O problema muitas vezes é que o sonho do pai acaba sendo transferido para o garoto sem medir a consequência e com o tempo muitos desistem. 

Como vocês trabalham o assédio aos atletas que se destacam nos campeonatos? 
Temos muito respeito com os atletas como pessoa, quando temos interesse por algum atleta de outro time temos a ética de ir em primeiro lugar conversar com o treinador dele, temos um desgaste muito grande com os times de camisa que chamam nossos atletas com promessas vazias. 

Qual sua opinião sobre o União Mogi, nosso principal representante no futebol paulista e também da sua participação na Copa São Paulo. 
Tenho acompanhado meu filho no União, sei das dificuldades que enfrentam e a luta que exercem no dia a dia, ainda assim infelizmente percebo que existem muitos apoiadores e torcedores que poderiam apoiar e torcer pelo sucesso do time, mas nem sempre isso acontece e alguns torcem contra. Gosto muito do Presidente Senerito como pessoa e dirigente, ele e sua equipe trabalham arduamente pelo sucesso do Clube, torço pra que dê tudo certo pois acredito no seu trabalho e com isso ajudo no que posso. Sabemos da importância do campeonato e conversei muito com meu filho durante a participação. Nosso estádio atualmente tem uma estrutura muito boa o que permitiu muitos jogos neste ano na Copa São Paulo.

Por: Emerson Oliveira (FutebolMogiano.Com.br)
Em 04/03/2016

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