Wendel, ex atleta do Palmeiras

Wendel, ex atleta do Palmeiras

Nosso entrevistado da semana foi o Wendel, ex atleta do Palmeiras, Ponte Preta e Atlético Paranaense

Nesta semana recebemos a visita de Wendel, ex atleta do Palmeiras. Wendel nasceu em Itapetininga na Bahia, veio para Mogi das Cruzes com 18 anos jogar no União Futebol Clube e do período em que passou aqui na cidade, criou raízes, constituiu família e já se considera um cidadão mogiano.


Como começou seu interesse pelo futebol?
Comecei na escolinha de futebol Craques do Futuro onde fiquei dos 8 aos 13 anos, depois fui para as categorias de base do Vitória passando a morar em Salvador, longe dos meus pais. No Vitória fiquei dos 13 aos 16 anos e depois fui dispensado.

Como foi sua vinda para o estado de São Paulo?
Vim para São José dos Campos jogar no São José, mas a estrutura não era tão boa quanto o do outro time da cidade o Joseense, atual São José dos Campos. A estrutura da base do então Joseense me chamou a atenção e fui para lá, eles me davam vale transporte e uma assistência mensal, coisa que o outro time não oferecia na época. Joguei a Taça São Paulo de Futebol Junior pelo Joseense, participei dos Jogos Regionais pela seleção da cidade e depois joguei a série B do Paulista também pelo Joseense. Em 2000 vim para Mogi jogar pelo juniores do União e o técnico Gerson Andreotti gostou do meu futebol e me colocou para jogar na série A3 pelo time principal. Depois voltei ao Joseense joguei mais uma vez na Taça São Paulo e em 2002 fui para o Irati e depois Juventus da Mooca.

E como surgiu a oportunidade no Palmeiras?
O Luxemburgo havia gostado do meu futebol, o período no Juventus serviu de experiência e amadurecimento para ter esta oportunidade. Fiquei na base do Palmeiras por 3 anos depois fui para o Palmeiras B e depois tive a grande oportunidade de ir para o principal, foram 9 anos no time principal. Meu jogo de estréia foi na Copa Libertadores de 2006 contra o São Paulo, fui responsável por marcar o Danilo.

Durante o tempo que esteve no Palmeiras você também foi emprestado à alguns outros times.
No ano passado joguei  a série B do Campeonato Brasileiro pelo Boa Esporte e neste ano o Paulista pelo Mogi Mirim. Em 2008 fui para o Santos por empréstimo e por pouco não fui transferido em definitivo. Em 2011 passei por um período no Atlético Paranaense onde participei da Copa do Brasil, Campeonato Brasileiro e também da Libertadores e em 2012 também fiquei por um período na Ponte Preta.

Quando você percebeu que você poderia atingir seu objetivo, seu sonho de ser jogador de futebol profissional?
Foi na escolinha do Vitória que decidi que queria isto para minha vida. Já tinha visto histórias de jogadores que venceram e passaram pelo sofrimento que temos que passar de ter que morar em alojamento, longe da família, sentia muita saudades mas sempre fui muito focado no meu objetivo. Vi muitos companheiros chorando a noite, depois dos treinos, nos horários em que tínhamos livre para conversar com nossos familiares por telefone. Fora isto também tinha o desafio de garantir uma vaga como titular no time, meu objetivo em sair da cidade era poder voltar como vencedores e estes objetivos maiores não nos deixam desistir. Queria muito poder dar condições melhores aos meus pais, dar estabilidade para minha família.

Como foi sua passagem pelo União?
Era bem jovem, comecei na reserva e depois de 2 jogos consegui ser titular. Tive muita ajuda do técnico Gerson Andreotti, aprendi muito sobre posicionamento, distribuição de bola, nosso elenco era muito bom, tínhamos 4 atletas vindos do Flamengo e que tinham muita experiência. Outra pessoa que nos ajudava muito era o preparador físico Clauter, que também veio do Flamengo e era formado em psicologia, ele fez um excelente trabalho mental nos jogadores, nos dava muita motivação. Ele foi uma grande influência pois gosto muito da parte física e ele me ensinou muito da parte de musculação.

Qual foi o período mais difícil para você?
Foi no início, quando vim para São Paulo. Morava de favor e isto me incomodava muito. Como o Joseense me dava o vale transporte e uma ajuda mensal decidi ficar, não queria ter esta dependência.

Como foi a noticia de que iria ir para o Palmeiras?
Estava na casa de minha sogra onde morava com minha esposa. O telefone tocou, era meu empresário falando para arrumar minha bolsa que eu iria para o Palmeiras, a princípio o time B. Joguei as séries A3 e A2 pelo Palmeiras, nós subimos de divisão junto com o Barueri em 2005. Me dediquei muito a esta oportunidade que tive, participava de todos jogos os festivos que o time fazia, muita gente fugia destes jogos mas eu ia em todos, fui ganhando a confiança, em períodos de férias eu também treinava e o primeiro que o Luxemburgo levou para o time principal fui eu.

Dos times que você passou, quais gostou de ter jogado?
O Santos foi muito bom, tem o mesmo nível de estrutura do Palmeiras, com ele joguei o Paulista e fiquei na lista de espera da Seleção Brasileira. O valor alto do meu passe impediu que eu ficasse em definitivo no Santos e voltei ao Palmeiras. A passagem pela Ponte Preta também foi muito boa.

Dos atletas que você teve a oportunidade de jogar junto, quem você destacaria?
O Paulo Bayer, fui companheiro no Palmeiras e no Atlético Paranaense, o Edmundo, Valdivia, mas principalmente o goleiro Marcos, é um cara que sempre levantava nossa moral e cobrava muito minha permanência no time. Dos técnicos, o Tite foi fundamental, com ele joguei em todos os jogos, tive uma sequência muito boa. Ele dizia que eu era o coração do time, me passou muita confiança. O Caio Junior e o Luxemburgo, pelas oportunidades que me deram. O Gilson Cleina que me levou para a Ponte e quando veio para o Palmeiras me trouxe novamente.

Como foi estrear no Palmeiras em um jogo tão importante, em um clássico?
A gente fica muito nervoso, nosso organismo percebe e se altera também, mas o barulho percebemos até antes de começar o jogo, depois que o juiz apita, o barulho some e voltamos a nos concentrar dentro de campo.

Tem planos de voltar a trabalhar em Mogi?
Me considero um cidadão Mogiano, tenho família aqui, minha esposa é daqui. Quero muito poder trabalhar com o esporte na cidade, poder melhorar o esporte em Mogi, quem sabe futuramente eu tenha esta chance.

Por: Emerson Oliveira (FutebolMogiano.Com.br)
Em 19/05/2016

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